BAHIA – De Mucuri a Mangue Seco, passando por praias deslumbrantes, cidades históricas e zonas turísticas de renome internacional, a rodovia BA-001 é mais do que um traçado no mapa: é um eixo estratégico de desenvolvimento econômico, social e turístico que ainda aguarda sua conclusão total.
Inaugurada em 1991 com o ousado propósito de ligar o extremo sul da Bahia à Ilha de Itaparica, na Região Metropolitana de Salvador, a BA-001 atravessa o coração das principais zonas turísticas do estado: Costa das Baleias, Costa do Descobrimento, Costa do Cacau, Costa do Dendê e Costa dos Coqueiros. Contudo, apesar de sua relevância inquestionável, dois trechos ainda inacabados limitam o seu potencial transformador: cerca de 40 quilômetros entre Belmonte e Canavieiras, e 60 quilômetros entre Trancoso (Porto Seguro) e Prado.
A CONEXÃO QUE FALTA
Esses dois trechos, que somam aproximadamente 100 quilômetros, ainda não pavimentados, representam o que falta para que a BA-001 finalmente cumpra sua missão de integrar o litoral baiano em uma via contínua, segura e turística. A ausência dessa ligação compromete não apenas o turismo, mas o escoamento da produção agrícola e pesqueira de regiões como Belmonte, Canavieiras, Prado e Porto Seguro, importantes polos do cacau, da pesca artesanal e do ecoturismo.
“A conclusão da BA-001 não é apenas uma obra de engenharia, mas uma obra de justiça com os baianos do litoral. É ligar o passado do descobrimento com o futuro do desenvolvimento sustentável”, diz um morador de Canavieiras, cidade que aguarda há décadas essa conexão com Belmonte para se integrar plenamente à rota turística do sul da Bahia.
TURISMO, ECONOMIA E IDENTIDADE
Para quem trafega no trecho já concluído da BA-001, principalmente a Linha Verde (de Salvador até a divisa com Sergipe), o caminho é um convite permanente à contemplação. Dali, avistam-se praias intocadas, coqueirais intermináveis, rios sinuosos e comunidades tradicionais que convivem em harmonia com a Mata Atlântica.
Essa região compõe a chamada Costa dos Coqueiros, primeira zona turística estruturada da Bahia, e símbolo do potencial que a rodovia oferece quando está completamente funcional. Essa zona turística, com vilarejos como Praia do Forte, Imbassaí e Mangue Seco, movimenta milhares de empregos diretos e indiretos, atraindo turistas do Brasil e do mundo.
Imagine, então, o impacto positivo que a conclusão da BA-001 poderá trazer para toda a faixa costeira baiana, desde a fronteira com o Espírito Santo até os limites com Sergipe. Além de fomentar o turismo, a rodovia permitirá a interligação econômica dos 53 municípios do litoral baiano, cuja economia é pautada no turismo, pesca, agricultura familiar e pequenas indústrias.
UMA RODOVIA ECOLÓGICA COM FUNÇÃO SOCIAL
A BA-001 se destaca não apenas pelo cenário exuberante, mas também por sua concepção ambientalmente responsável. Trechos como a Linha Verde são reconhecidos como os primeiros traçados ecológicos do país, desenhados para preservar as restingas, manguezais e a fauna local.
Mas o que está em jogo agora vai além da paisagem. A conclusão dos trechos restantes significará:
•Integração de comunidades isoladas com centros urbanos e serviços públicos.
•Redução de custos logísticos para agricultores, pescadores e empreendedores locais.
•Expansão do turismo sustentável em áreas ainda pouco exploradas.
•Fortalecimento da identidade cultural e histórica de regiões fundamentais para a formação do Brasil.
A BAHIA PEDE CONEXÃO
O Governo do Estado, em conjunto com o Ministério dos Transportes e os parlamentares baianos, precisa priorizar essa pauta como uma das principais obras estruturantes da Bahia. Os trechos Belmonte-Canavieiras e Prado-Trancoso são o elo perdido de uma cadeia que, quando completa, tem o potencial de transformar o estado em uma referência mundial de turismo integrado, economia criativa e sustentabilidade.
Afinal, a Bahia tem o litoral mais extenso do Brasil, com mais de 1.100 quilômetros de extensão e um povo que vive de sua relação íntima com o mar, com a terra e com a cultura. E a BA-001, quando totalmente concluída, será mais do que uma estrada: será um símbolo de unidade, progresso e valorização da riqueza natural e humana da nossa terra.
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